1. Nesta região as escolas tem inclusão de
alunos surdos? Ou há escolas com atendimento específico para surdos? Ou outras
instituições prestam este atendimento?
Sim. A inclusão
acontece em todas as escolas, mas não como deveria , há muitas coisas para
melhorar. Sendo que algumas têm o AEE (Atendimento educacional especializado).
Os alunos que estudam em escolas que não possuem o AEE são encaminhados para as
escolas que tem em turno inverso, para obterem esse atendimento. Esse
atendimento não é obrigatório os pais podem optar se querem ou não.
2. Quantos alunos surdos estudam nesta
instituição? Qual é tipo de surdez (Surdo Deficiente Auditivo ou Surdo
Oralizado)?
Cinco alunos. Temos
alunos do ensino fundamental ao pós-médio. Temos alunos surdos, “oralizados”
como também deficientes auditivos.
3. Estes alunos sabem a Língua Brasileira de
Sinais - Libras? Onde aprenderam?
Quase todos estão
alfabetizados em Libras, apenas um está aprendendo há pouco tempo. Os alunos
surdos chegam à escola e frequentam o AEE para aprender Libras que é a primeira
língua deles. Depois são inclusos nas turmas onde se adequarem. Todos os que
estudam aqui aprenderam libras nesta escola, mas há muitas defasagens em
relação à inclusão.
4. Na sala de aula, o aluno surdo tem o
profissional Tradutor/Intérprete de Língua Brasileira de Sinais - Libras? Ou
outros tipos de profissionais?
A professora do AEE e
a interprete em sala de aula é a mesma. Esta profissional é docente em Libras,
tradutora/intérprete. Ela faz o trabalho de interprete com todos os alunos, mas
não só em uma sala de aula. O que não é o ideal, mas não possuímos outros
profissionais especializados. Ela fica um pouco em cada sala dependendo da
disciplina que cada um necessita mais ajuda.
5. Há professores nesta instituição que sabem
a Língua Brasileira de Sinais - Libras?
Com certeza, nesta
escola temos profissionais especializados em todas as áreas: especialistas em
cegueira, surdez e deficiência intelectual. A professora que atua com os alunos
surdos é especialista em AEE, docente e tradutora /intérprete de Libras (Língua
Brasileira de Sinais). Mas na nova proposta do governo já está havendo mudanças,
a proposta é que uma pessoa dê conta de todos os alunos, independente da
deficiência e se não tiver qualificação que procure se qualificar. E isso,
acredito que vai prejudicar a qualidade do ensino. Agora já tem professor
atendendo surdos e cegos por não ter professor disponível, e a meta é ter um
professor por escola atendendo todos.
Opinião do grupo
Em nossa cidade há professores desenvolvendo
bons trabalhos que incluem crianças e jovens que necessitam de ajuda devido à deficiência
auditiva. Entendemos, porém, que ainda faltam profissionais especializados para
atender estes alunos em toda a rede escolar, não sobrecarregando alguns que
buscam atender estas necessidades da melhor maneira possível.
A Secretaria Municipal de
Assistência Social, através do CRAS- Centro de Referência de Assistência Social
de Três Passos disponibiliza o curso de Libras, dentro do programa de inclusão
produtiva que conta com a parceria do Governo Federal através do Pronatec,
sendo ministrado pelo SENAC.
Isso é muito bom, pois, possibilita
que os profissionais da educação possam se aperfeiçoar e estar preparados para
a inclusão do aluno com deficiência auditiva. Mas a preocupação maior que se
percebe nos profissionais da educação é se realmente forem extintas as APAEs,
teremos profissionais preparados para atender estas crianças? Na verdade
estaremos novamente excluindo-as ao invés de incluir, no momento em que estivermos
privando-as de todas aquelas atividades e momentos prazerosos que vivem nas
APAEs ou outras instituições próprias para elas.
Parabenizo o grupo pela postagem e deixo alguns questionamentos:
ResponderExcluirExiste algum professor surdo?
Do ponto de vista de vocês é necessário uma escola com atendimento específico para surdos?
Como a comunidade lida com a inclusão dos surdos na escola regular?
Qual a escola ou escolas foram pesquisadas?
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirNa escola não há professor surdo. Acreditamos ser de fundamental importância à presença de um professor de LIBRAS nas escolas, ainda mais agora com a inclusão dos alunos com deficiência nas turmas “normais”. Politicamente o discurso de inclusão existe, mas pelo que observamos na comunidade, a um receio de causar certo atraso no desenvolvimento das aulas, devido à necessidade de atenção que cada aluno com necessidades especiais exige. Acreditamos que atualmente alguns professores não estão preparados para tais mudanças, é necessário investimentos em formação para os professores, para que consigam atender a turmas de alunos que contemple tais necessidades. A escola a qual realizamos a pesquisa é Escola Estadual Águia de Haia, a qual realiza um belo trabalho com os alunos com deficiência auditiva.
ExcluirNessa escola tem uma professora que é formada para trabalhar com alunos com deficiência auditiva, mas ela também não tem condições de atender todos os alunos, pois cada aluno tem um caso especial de se trabalhar e os demais professores também não estão preparados para trabalhar com esses alunos numa sala de aula normal.
ExcluirVamos refletir:
ResponderExcluirÉ possível expressar conceitos abstratos na língua de sinais?
Aguardo reflexão
Sim, é possível de expressar conceitos abstratos. As pessoas pensam que os sinais são concretos, que são apenas gestos, mas os sinais são palavras na relação entre o significado arbitrárias na relação entre o significado e o significante, de modo visual. Os sinais expressam sentimentos, emoções, inclusive ideias abstratas.
ResponderExcluirMuito bom Marcos! Meu comentário abaixo vai confirmar o teu.
ResponderExcluirRespondendo a reflexão proposta:
ResponderExcluirNa língua dos sinais é possível, sim, expressar conceitos abstratos, discutir filosofia, política, literatura, matemática, assuntos do cotidiano e etc.
Porém a pressuposição de que não se consegue expressar ideias ou conceitos abstratos está firmada na crença de que a língua de sinais é limitada. Emmanuelle Laborrit, surda francesa, em seu livro "O voo da gaivota", afirma:
"Os sinais podem ser agressivos, diplomáticos, poéticos, filosóficos, matemáticos: tudo pode ser expresso por meio de sinais, sem perda nenhuma de conteúdo."
Bibliografia:
GESSER, Audrei. Libras? : que lingua é essa? crenças e preconceito em torno da língua de sinais e da realidade surda. 1ª ed. Parábola, 2010.
Abraços
Boa noite,
ResponderExcluirSou a tutora a distância de Libras – Rubia.
Parabenizo o grupo pela realização da pesquisa e pelos comentários pertinentes.
Gostaria de destacar que a presença do professor surdo nesta escola poderia contribuir com o trabalho já desenvolvido pela tradutora/intérprete de Libras. A presença de um par linguístico na escola incentivaria muito os alunos surdos na aprendizagem da Libras.
Esses cursos oferecidos pela SENAC são apenas para os professores ou são para a comunidade em geral?
Abraço